quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Reprogramando certas atitudes parte 01


Não é muito fácil aprender que nem tudo são flores na vida. Durante muito tempo acreditei na lei do retorno - tudo o que vai volta - mas ao passar do tempo constatei sim que tudo o que vai volta, mas não com a mesma intensidade e muito menos através das mesmas pessoas. 

Voltando no tempo lembro de cada pessoa que achei que éramos amigas e depois descobri que a amiga da relação era somente eu. Mas de todas, a que marcou mais foi em 1993 numa aula sobre quem era o nosso melhor amigo. O professor deu a oportunidade de cada aluno dizer o nome de quem era o seu melhor amigo, a quem confidenciava todos os seus segredos. Eu era uma das primeiras e falei: "Minha melhor amiga, desde o prézinho, é a Islaine" e olhei para ela sorrindo. Quando chegou a vez da "minha melhor amiga", ela olhou para mim sorrindo e disse: "Minha melhor amiga é a Sarah.". A minha cara: como assim? E eu? E eu? Parecia que todos da sala olhavam para a minha cara de pamonha transtornada. Eu queria, simplesmente, abrir um buraco no chão e sumir. Depois analisando friamente eu vi que sempre eu falava da minha vida para ela, ela no entanto nem abria a boca para mim.

Outra coisa que aprendi a duras penas é: "Se eu ajudar alguém, nunca esperar que a pessoa faça o mesmo para mim.". Sim, eu achava que a pessoa faria sempre o mesmo por mim, mas não é bem assim. Agora quando eu faço algo por alguém, repito para mim: "Estou fazendo porque quero. Se um dia estiver na mesma situação, outro fará por mim". Isso foi até bom pra mim, aliás ótimo, pois realmente aprendi o ajudar sem esperar nada em troca.

Eu tenho uma mania - péssima mania - de querer sempre ajudar todos a minha volta. Sempre eu tenho uma receita, uma fórmula, uma "pedagogia", e tudo isso sempre atrai mais pessoas interesseiras do que interessadas. E justamente por causa disso acabo me sentindo uma pessoa objeto. Explicando melhor: na faculdade muitas das minhas colegas não tem familiaridade com o computador. E eu que praticamente vivo nesse mundinho virtual, sempre ajudo, dou uma mão, faço, transformo. E percebi que durante alguns meses, algumas colegas se aproximaram por demais e sempre me ligavam me chamavam pra ir tomar café, pra ir em churrasco... sabe, eu até me sentia a pop da turma (bem, eu já sou a pop do curso de pedagogia, modéstia à parte rsrsrsrs). E é lógico, me pediam um help, lá estava eu... só que elas se formaram. E o que aconteceu? Vou na casa, bato palma: o marido saiu e diz: 

"Veridiana não está em casa, ela foi na, no, na, (gaguejou é pq mentiu, nem precisava terminar a frase), no salão." 

Pois é, a Veridiana nunca vai no salão - ou foi e o marido tem problema de gagueira e em 3 anos eu nunca havia percebido? Telefono para Cidinha: 

"Alô? 
Alô Cidinha, é a Bagis. 
Oi Bagis, desculpa mas eu tô ocupadérrima, pode me ligar em outro horário. Você mudou o número do celular? Eu não reconheci o número...". 

Sim, eu mudei porque se eu ligasse do meu, certamente não atenderia. A melhor do mês, a conversa no bate-papo do facebook com a Helena:

"1º de Setembro, 14:30hs
Oi colega, preciso entregar seu livro, mas a Rose não vai mais no polo, e agora?
VISUALIZADA ÀS 14:31 HS
7º de Setembro, 05:30hs
Entrega para Cidinha"

Depois disso, já não me senti mais top. Mas estou me reprogramando para não esperar mais tanto das pessoas, justamente para não me decepcionar. Aprendendo também que colega é colega, conhecido é conhecido e amigo é amigo. Graças a Deus eu tenho pouquíssimos amigos, daqueles que posso contar em qualquer tempo ou momento, mas isso já é assunto para outro post.

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