terça-feira, 24 de setembro de 2013

Você tem medo do que? De quem?


Só temos dois medos depois de nascer: de barulho e de cair. Se você pegar um recém-nascido e colocá-lo em um ambiente barulhento ou gritar perto dele, ele chora. Se simular que vai deixá-lo cair, ele se assusta e depois chora. Conforme crescemos, outros medos vão entrando em nossa lista e cabe a nós superar muitos deles ou simplesmente aprender a viver com eles.

Eu tinha um verdadeiro pavor daquela zebrinha do Fantástico, que dava os resultados dos jogos dos campeonatos de futebol. Quando ela começava a falar, eu apertava os dedos nos ouvidos, fechava os olhos e cantava alguma música até acabar. Dormir no escuro então, naquela época, era o fim pra mim... principalmente na época em que estourou o filme do Chuck (O boneco assassino), eu nem dormia com as bonecas de pavor. Dormir com o guarda-roupa aberto? Jamais! E ir sozinha no banheiro? Corria para meu quarto ao apagar a luz com medo de ouvir ou sentir alguma coisa.


Claro que eu tentava me livrar desses medos, mas era tudo em vão. Consegui superar o medo da zebrinha porque ela nem aparecia mais no Fantástico, mas os outros passavam um período incubados. Mas se eu inventava de ir ouvir as histórias que meu avô contava sobre o Saci que aparecia na fazendo em que o pai dele trabalhava ou as histórias de terror e pânico que minhas primas ou conhecidos contavam, pronto! O medo já estava instalado novamente e com mais atrativos para ele...

Porém, aos 11 anos, senti o maior medo: o de perder minha mãe. Ela estava grávida, a gravidez era tubária e não sabíamos e ela passou muito mal em casa. Meu pai a levou até o hospital, o caso dela era tão grave que o médico deu poucas chances de sobrevivência. Meu pai nada escondeu de nós. Eu e meu irmão chorávamos e ficávamos pensando como seria as nossas vidas dali pra frente caso nossa mãe morresse. Graças a Deus ela não partiu, porém durante muito tempo carreguei esse medo de perder minha mãe tão cedo.

E quando entramos na adolescência, quantos medos vão sendo incorporados a nossa realidade! Medo de levar um fora, do primeiro beijo, da primeira vez, do primeiro emprego, da primeira carta de motorista... parece que somos todos medo! E muitas vezes deixamos de viver as coisas da vida por medo.

Agora, aos 32 anos, fico rindo dos meus medos do passado. Não tenho mais medo de dormir no escuro, não apago a luz e saio correndo do banheiro, o guarda-roupa pode ficar escancarado... os medos da adolescência ficaram no seu tempo. Não, eu não sou uma mulher sem medo, lógico que ainda tenho alguns. Mas a cabeça mudou tanto que não tenho tido tempo de alimentá-los.

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Oleh

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