sábado, 22 de abril de 2017

Baleia Azul


O assunto mais comentado do momento nas mídias sociais e meios de comunicação também foi o mesmo na escola onde trabalho. Os alunos e professores não falavam de outro assunto. Passei a semana observando meus alunos e ouvindo, tentando entender o que eles entendiam sobre o desafio da Baleia Azul.

Na sexta-feira, tive uma conversa franca com eles. Desde quando assumi a regência do 5º ano, ouvi reclamações de alunos sobre "meus pais não conversam comigo", "minha mãe reclama quando pergunto alguma coisa"... como em casa eu sempre converso com meus filhos sobre os mais variados assuntos, me senti responsável em conversar com eles.

Quando estão nessa fase de transição para a adolescência ou mesmo já na adolescência, há um turbilhão de hormônios e informações novas, a cabeça já pensa diferente. Quando criança, muitos deles são agitados, correm sem parar, pulam, brincam, mas quando entram nessa fase, é como se estivessem agindo em câmera lenta. Às vezes, independentemente de se darem bem ou não com os pais, muitos deles se sentem sozinhos, como se não fizessem parte da família ou deste mundo, sentem uma dor ou um vazio que não sabem explicar. Se não tem a atenção que tanto querem e precisam, vão procurar em outro lugar e é aí que mora o perigo.

Sempre aconselho meus filhos e agora meus alunos a tomarem muito cuidado com quem conversam online. Não sabemos quem está do outro lado da tela. Quantas pessoas quase ou literalmente perderam suas vidas confiando em alguém que conversavam online? As notícias nos veículos de comunicação estão aí a todo o momento. Se a pessoa que está do outro lado nunca mostra o seu rosto, nunca dá o nome verdadeiro e ainda pede segredo, cuidado! Se ameaça, dizendo que sabe onde mora, estuda, que vai fazer alguma coisa com você e sua família, procure ajuda. 

E o principal: acha que está com depressão, procure seus pais para que você possa se consultar com um especialista. Não fique achando que é coisa de louco passar num psicólogo ou psiquiatra, pelo contrário: mostra que você se importa com a sua saúde mental e quer superar esse problema e viver! Se não consegue diálogo com os pais, converse com alguém de sua confiança (outro parente, equipe da escola, alguém da sua religião). 

Quem entra nesse tipo de desafio, como o da Baleia Azul, entra porque quer atenção ou porque entra de inocente. E quando veem as ameaças, ficam com medo e seguem em frente, infelizmente. Quem não tem conhecimento, ao ver as pessoas entrando nesse desafio, falam: "Que idiota! Por que entram num troço desse tipo?". Julgam, sem saber como é a cabeça de adolescentes ou de pessoas que sofrem de depressão.

Se você tem ou tiver contato com quem está numa situação dessa, não julgue-a. Já existem muitos juízes, ofereça ajuda. Quem está do outro lado da tela promovendo esse ato diabólico, está a serviço do mal. Veja quantas famílias estão sendo destroçadas, perdendo seus entes queridos! Ofereça seu ombro amigo, seus ouvidos, sua atenção. Salve uma vida! 

Lembre-se da lei do retorno: tudo o que fazemos, seja de bom ou mau, uma hora volta para nós! Que nunca nos cansemos de fazer o bem!

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Oleh

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