quinta-feira, 20 de junho de 2013

Altas Habilidades


A
s escolas onde meus filhos estudam tem uma boa infraestrutura: tem sala da direção, dos professores, biblioteca, sala de informática, cursos em contra-turno. A dificuldade que encontrei, até o momento, foi o despreparo dos professores em relação ao meu filho mais velho. No ano passado ele sofreu bullying na escola: era perseguido, apanhava, xingado e tachado de "bichinha". Perdi as contas de quantas vezes tive que ir na escola (sendo que minha vontade era de ir na delegacia!). Ele sempre foi um excelente aluno, aliás sempre acima da média, no seu boletim a nota mais baixa era 9.

Em uma das minhas conversas com a Orientadora da Escola, na tentativa de entender o porquê de tanta implicância com meu filho, veio a luz: ele apanhava porque se recusava a passar cola, apanhava porque os professores o elogiavam. A orientadora perguntou se podia fazer um teste pra saber se ele tinha Altas Habilidades - também conhecida como Superdotação. Levamos à Psicóloga e depois de vários testes foi confirmado que ele tem Altas Habilidades Acadêmicas e um Q.I. acima da média.

O que me deixou alegre foi o apoio do Núcleo de Educação que me passou um pouco do material sobre Altas Habilidades que tem me inspirado até de fazer minha pós graduação na Área de Ensino Especial, também me falaram que seria montado na escola onde ele estuda uma sala para alunos como ele (no total já tinha 8 na mesma situação que ele), e ali estudariam em contra-turno e desenvolveriam estudos e pesquisas para que fossem cada vez mais ampliados os saberes e conhecimentos. O que me deixou triste é que essa sala ficou somente no papel (disseram que a sala seria "inaugurada" em Março, mas eu acho que vai ser em "A gosto de Deus"), e o despreparo dos professores dele que não incentiva ou nem sequer procuram se informar para que se expanda cada vez mais a inteligência dele. Nas escolas daqui sempre vejo que tem uma pedagoga especializada em ajudar os alunos com dificuldades na aprendizagem, e elas tem muitas estratégias para auxiliar os alunos. Deveria ser assim também com o outro lado da moeda.

Porém no nosso Brasil a Educação não anda tão valorizada. O Brasil poderia se espelhar no exemplo dos Estados Unidos onde a prática de se investir em jovens talentos faz parte da política de governo. Desde a época da largada da corrida espacial, eles caçam ferozmente os melhores cérebros - e isso dura até hoje. Não creio que essa seja a vontade dos nossos governantes, não querem que haja mentes pensantes e revolucionárias.


meu filho Pedro resolvendo um caça-palavras

Eu resolvi não esperar mais pela escola ou pelo núcleo de educação, afinal não quero que meu filho fique estagnado. Nós temos o costume de ler livros aqui em casa e a cada capítulo sentamos para debater o que aprendemos através da leitura, em caso de dúvidas pesquisamos no Google, em outros livros ou com outras pessoas que sabem mais. Eu tenho ganhado muito com isso: tenho me aproximado cada vez mais deles (porque acabo incluindo meus outros filhos e explicando de acordo com o entendimento deles) e o meu conhecimento tem se ampliado e apurado. Sei que meu filho tem grandes coisas para realizar no futuro e saber que eu investi meu tempo o ajudando nisso me deixa muito orgulhosa.


Daqui a um ano estarei me formando como pedagoga e em seguida, estarei fazendo minha pós. Sei que acabo sonhando com muitas mudanças na minha área, sei que não poderei abraçar o mundo e trazer grandes mudanças, mas quero trazer mudanças significativas para os alunos que passarão nas minhas aulas. Não basta ser professor, tem que ter uma formação continuada visando ajudar os alunos nas suas dificuldades  e potencializar as suas habilidades. É isso que pretendo e quero, e espero conseguir, mesmo que eu seja uma solitária andorinha.




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Oleh

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